Programa de webradio criado, produzido e apresentado pelo poeta, escritor e editor artesanal Barata Cichetto. O programa apresenta musica Rock, Poesia, além dos comentários e análises filosóficas do apresentador.
domingo, 29 de agosto de 2021
Gyroscopio 69 – Programa 151 – 29/08/2021
domingo, 22 de agosto de 2021
Gyroscopio 69 – Programa 150 – 22/08/2021
domingo, 15 de agosto de 2021
Gyroscópio 69 - Politicamente Incorreto ao CUbo
Bloco 1
"Politicamente correto é utilizado como um título
para classificar algo ou alguém que segue as normas e leis estabelecidas por
uma instituição oficial.
Normalmente, quando se fala em “politicamente correto”,
refere-se a neutralização de uma linguagem ou discurso, evitando o uso de
narrativas estereotipadas ou que possam fazer referências as diversas formas de
discriminação existentes, como o racismo, o sexismo, a homofobia e etc.
Em contrapartida, existe a ideia do politicamente
incorreto. Nesta perspectiva, toda a precaução em evitar o uso de termos, por
exemplo, que possam ofender determinadas camadas ou grupos sociais, é
considerada estúpida e totalmente ignorada.
Os discursos politicamente incorretos são bastante comuns
no humor, que exploram assuntos considerados tabu pela sociedade,
desconsiderando princípios clássicos da moral, da ética e dos bons
costumes." ("Significados")
https://www.significados.com.br/politicamente-correto/
01 - Caught with
the Meat in Your Mouth - Dead Boys
No
contexto do punk rock, não diferentemente de outros gêneros musicais, mulheres
geralmente são objetos meramente sexuais e descartáveis. É óbvio que muitas
dessas mulheres aceitavam essa objetificação, em troca de alguma fama e
dinheiro. Ao final de tudo elas acabavam sem ambas as coisas.
“Você adormeceu com a carne entre as suas cavidades e
uma caixa de água nos joelhos. Todo mundo sabe que você foi pega com a carne na
boca. Eu disse que todos sabem que você foi pega com a carne na boca.” Carne = pênis; sexo; sexo oral, boquete.
02 - Run for Your
Life - The Beatles
Já
foi permitido por lei, aqui no Brasil, matar uma mulher que traísse. E mesmo
anos e anos depois disso ser proibido, em média, a cada quatro horas, uma
mulher é morta no Brasil por alguém que é próximo dela, normalmente um cônjuge.
Portanto, na letra de “Corra Por Sua Vida”, é muito difícil ver o humor que
muitas vezes alegam que músicas do teor têm.
“Bom, eu preferia te ver morta,
garotinha, do que te ver com outro homem. Melhor ficar esperta, garotinha, ou
você não vai saber que estou aqui. Melhor correr por sua vida, garotinha. Se
esconda, garotinha. Se eu te pegar com outro homem, é o seu fim, garotinha.”
03 - One in a
Million - Guns N’ Roses
A
banda externa na música um sentimento que é muito comum em lugares que recebem
muitos imigrantes e seus hábitos culturais considerados exóticos e até
ameaçadores.
“Imigrantes e bichas não fazem
sentido para mim. Eles vem para nosso país e acham que podem fazer o que
quiserem. Como começar um mini Irã ou disseminar doenças horríveis. Eles falam
de tantas malditas maneiras. É tudo grego para mim.”
Bloco 2
9 Cantigas de Roda em confronto com
a Constituição Federal
Por
Gerivaldo Neiva
“A
proposta do exercício é comparar os princípios e as garantias constitucionais
com os textos das “Cantigas de Roda”. Não se trata, evidentemente, de condenar
as “Cantigas de Roda”, julgá-las politicamente incorretas, ilegais ou, muito
menos, de declarar a “inconstitucionalidade”, mas simplesmente oferecer uma
dinâmica para compreensão dos princípios e garantias previstos na Constituição.
Portanto, para evitar desentendimentos, leve tudo na brincadeira.”
I – Terezinha de Jesus de uma queda
foi ao chão. Acudiram três cavaleiros todos três, chapéu na mão. O primeiro foi seu pai, o segundo
seu irmão, o terceiro foi aquele que a Tereza deu a mão. Terezinha de Jesus
levantou-se lá do chão e sorrindo disse ao noivo: eu te dou meu coração! Da
laranja quero um gomo, do limão quero um pedaço, da morena mais bonita quero um
beijo e um abraço
Um
belo exemplo de igualdade, solidariedade, fraternidade e amor. Os três
cavaleiros são iguais pela condição de cavaleiros e os três, “chapéu na mão”.
Todos acodem uma pessoa caída e dois deles fazem parte de sua família (o pai e
o irmão). Ao final, Terezinha se enamora com o terceiro cavaleiro e lhe dá o
coração, ou seja, tudo termina em beijos e abraços.
1 - Esporrei na Manivela
(1995) - Raimundos
A
música fala sobre um problema tão sério no Brasil que gerou a Lei de
Importunação Sexual em 2018: abuso, muitas vezes sem contato físico direto, em
público. Na letra, o eu-lírico conta a história de como ele entrou em um trem,
colocou o pênis para fora da calça e encoxou as mulheres que estavam ali.
“O coletivo é muito bom para sarrar / Pois o povo aglomerado sempre
tende a se esfregar / Com as nega véia é perna aqui perna acolá / E se a xereca
é mal lavada faz a ricota suar /
2 - Ciúme (1985) - Ultraje a Rigor
A letra
da canção cai em uma armadilha que tenta destruir - um cara tentando não ser
machista, mas sendo extremamente machista. O eu-lírico não quer controlar a
namorada, mas não gosta nem de deixá-la sair, e não quer que ela tenha amigos.
"Eu quero levar uma vida moderninha / Deixar minha menininha
sair sozinha / Não ser machista e não bancar o possessivo / Ser mais seguro e
não ser tão impulsivo / Mas eu me mordo de ciúme /
3 - O Rock das Aranha” (1980) - Raul Seixas
“Subi no muro do quintal / E vi uma transa que não é normal / Eu vi
duas mulheres / Botando aranha prá brigar / Vem cá mulher deixa de manha /
Minha cobra quer comer sua aranha / Meu corpo todo se tremeu / E nem a cobra
entendeu / Como é que pode duas aranhas se esfregando / Eu tô sabendo, alguma
coisa tá faltando”
Bloco 3
“O
termo politicamente correto é usado para descrever expressões, políticas ou
ações que evitam ofender, excluir e\ou marginalizar grupos de pessoas que são
vistos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente grupos definidos por
gênero, orientação sexual ou cor.No discurso político e na mídia, o termo
geralmente é usado como pejorativo, implicando que essas políticas são
excessivas.
Esse
termo tinha apenas uso disperso antes da década de 1990, geralmente como uma
autodescrição irônica, mas entrou em uso mais comum nos Estados Unidos depois
que foi objeto de uma série de artigos no The New York Times. O termo foi
amplamente usado no debate sobre o livro de 1987 de Allan Bloom, The Closing of
the American Mind, e ganhou mais uso em resposta ao livro de Roger Kimball,
Tenured Radicals (1990), e ao livro de 1991 do autor conservador Dinesh
D'Souza's, Illiberal Education, no qual ele condenou o que viu como esforços
liberais para avançar a autovitimização, ações afirmativas e mudanças no
conteúdo dos currículos escolares e universitários através da linguagem.”
Comentaristas
de esquerda disseram que conservadores empurraram o termo para desviar a
atenção de questões mais substantivas de discriminação e como parte de uma
ampla guerra cultural contra o liberalismo nos Estados Unidos. Eles também
argumentam que os conservadores têm suas próprias formas de correção política,
que geralmente são ignoradas por comentaristas conservadores. (Wikipedia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Politicamente_correto
II – O cravo brigou com a rosa
debaixo de uma sacada; o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada. O cravo ficou doente, a rosa foi
visitar; o cravo teve um desmaio, a rosa pôs-se a chorar.
Esta
“cantiga” é de uma enorme complexidade e merece estudo mais aprofundado sobre
as relações humanas. (Aqui só Freud ou Jung!). De outro lado, tomando-se o caso
como sendo uma “briga de marido e mulher”, o que se percebe é que o casal
chegou às vias de fato e um “saiu ferido” e o outro “despedaçado”. Coisa
horrível para um casal. Além disso, o reencontro também é muito complexo, pois
o Cravo (ferido e doente) sofre um desmaio ao visitar a Rosa (despedaçada), que
pôs se a chorar. Não seria melhor que tivessem se reconciliado após uma boa
mediação?
04
- Hey Joe - Jimi Hendrix Experience
Um homem foi
traído pela mulher amada e fará pagar o erro com a própria vida.
“Ei,
Joe, aonde você está indo com essa arma na mão? Ei, Joe, eu perguntei aonde
você está indo com essa arma na mão? / Eu estou indo atirar na minha mulher.
Você sabe que eu a peguei paquerando com um outro homem.”
05 - Tonight’s the Night (Gonna be Alright) - Rod
Stewart
“Vamos
anjo, meu coração está em chamas. Não negue este único desejo. Você seria tola
se parasse neste momento. Abra suas asas e deixe-me ir para dentro. Essa noite
é a noite, e ela será perfeita. / Porque eu te amo, menina, e ninguém vai nos
parar agora. /Não diga uma palavra, minha criança virgem. / Deixe apenas suas
inibições escaparem. O segredo está a ponto de ser desdobrado. Suba as escadas
antes que a noite chegue ao fim.”
06
- China Girl -David Bowie
Bowie e Iggy Pop
escreveram esta canção sobre uma mulher vietnamita real, Kuelan Nguyen, por
quem Iggy tinha uma paixão. A música é sobre um relacionamento entre o narrador
da música e sua namorada asiática que é inadequadamente chamada de “garotinha
chinesa”. Ele também avisa sua namorada asiática sobre arruinar sua identidade
e cultura.
“Minha garotinha china, você não
deve mexer comigo. Eu vou estragar tudo que você é. Eu vou te dar televisão, eu
vou te dar olhos azuis. Vou te dar um homem que quer governar o mundo.”
Bloco 4
“Também
não é intenção discutir como o texto dessas “cantigas” repercute no aprendizado
e na formação das crianças. Com efeito, penso que esta não é tarefa para os
juristas. Algumas situações expostas pelas “cantigas” talvez possam ser
explicadas pela psicologia analítica, principalmente pela teoria dos
“arquétipos”, desenvolvida por Jung. Mas, como disse antes, esta não é tarefa
para juristas.”
III – Boi, boi, boi, boi da cara
preta,
pega esta criança que tem medo de careta boi-da-cara-preta Este boi pega
crianças simplesmente por ser um boi ou porque é um “boi da cara preta”? A
criança tem medo de boi ou de “careta”? Então, a cara do boi da cara preta é
uma “careta”? Se for isso, a “cantiga” demonstra um sentido de discriminação
pela cor da “cara” do boi e, pior ainda, ameaça uma pobre criança e transforma
um animal em algo assustador. A “cantiga” induz à discriminação, vedada na
Constituição, e viola também princípios do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
4 – Silvia (1995) - Camisa de
Vênus
Um caso
de traição sendo tratado com violência - além de um xingamento gratuito.
“Todo homem que sabe o que quer / Pega o pau pra bater na mulher / Ô
Silvia, piranha! Ô Silvia, piranha!”
5 - E o Espetáculo Continua -
Roupa Nova
O Roupa
Nova, considerado o grupo preferido das titias, se daria muito mal com a
comunidade LGBT ao usar o termo 'bicha' na canção. O certo seria eles falarem
homossexuais ou gays. "Nova revista
e todo mundo de olho nela. Muita corista velha. Bicha no palco e na
plateia".
6 - Pobre Paulista - Ira!
Essa
música do Ira!, escrita pelo Edgard Scandurra, já deu muito problema no
passado, mas se fosse agora, eles certamente seriam crucificados por pregarem o
bairrismo e também pela letra xenofóbica. "Não quero ver mais essa gente feia. Não
quero ver mais os ignorantes. Eu quero ver gente da minha terra. Eu quero ver
gente do meu sangue".
Bloco 5
“Segundo os defensores do politicamente incorreto, há
uma estratégia do politicamente correto que visa impedir o efetivo exercício da
liberdade de expressão. Segundo eles, suas opiniões são atualmente minoritárias
e não geram efeitos nocivos à sociedade. Por outro lado, os críticos dessa
prática afirmam que o politicamente incorreto está relacionado ao autoritarismo
e que tais discursos são oriundos de preconceitos enraizados na sociedade
contra minorias. Além disso, indicam que não há real patrulhamento dessas
opiniões, que são amplamente reproduzidas nas sociedades contemporâneas. Ainda
segundo seus opositores, o politicamente incorreto, assim como o discurso de
ódio, não deveria ser entendido como compatível com os direitos fundamentais do
homem A expressão também foi utilizada, no Brasil e no resto do mundo, por
grupos conservadores para se referir a um patrulhamento
ideológico por parte de marxistas. Nos Estados Unidos, a expressão foi
empregada na publicação do Guia Politicamente Incorreto, de matriz
conservadora. “(Wikipedia)
IV – Samba-lelê tá doente, tá com a
cabeça quebrada. Samba-lelê precisava é de umas boas palmadas. Primeiro, Samba-lelê já está com a
“cabeça quebrada” e isto demonstra que também já foi vítima de uma violência.
Além disso, a “cantiga” defende que Samba-lelê precisa ainda de umas boas
palmadas. Mas o que fez de tão grave Samba-lelê? Isto não seria tortura? Ora,
neste caso está evidenciado que Samba-lelê, aqui entendido como sendo uma criança,
foi vítima de maus tratos e continua sofrendo ameaças. Assim, além de ferir a
Constituição, a “cantiga” viola também o Estatuto da Criança e do Adolescente.
07
- Money for Nothing - Dire Straits
Mark Knopfler
explicou repetidamente que a música foi escrita do ponto de vista de uma pessoa
estúpida que faz comentários ignorantes e presume que os músicos ganham
“dinheiro para nada”. Na verdade, as letras são baseadas em comentários da vida
real de entregadores que trabalham em uma loja de departamentos de Nova York
reclamando de seus empregos enquanto assistem à MTV. Aqui estão algumas das
letras:
“Você
toca violão na MTV. Isso não está funcionando, é assim que você faz. Dinheiro para nada e suas garotas de graça.../
Veja a bicha com o brinco e a maquiagem. Sim amigo, esse é o cabelo dele.
Aquele viadinho tem seu próprio avião a jato. Aquele viadinho, ele é
milionário.”
08 –Stranglehold - Ted Nugent
Misoginia
e muita violência contra as mulheres? Ted alegou que isso era apenas parte de
sua atuação e que as pessoas não deveriam interpretar as letras ao pé da letra.
“Peguei você em um estrangulamento, baby. É melhor você
sair da frente... / E se uma casa ficar no meu caminho, baby / Você sabe que
vou queimá-la... / Eu tenho você em um estrangulamento, bebê. / É melhor você confiar no seu destino... / Eu
tenho você em um estrangulamento, bebê. / Naquela noite eu esmaguei seu rosto.”
09 - Killing an Arab - The Cure
Com
um título tão abertamente controverso, esta música é frequentemente
interpretada como sendo racista, o que não é nenhuma surpresa. Desde o início
da música, a letra é imediatamente provocadora e perturbadora. De vez em
quando, há um furor de pessoas que não entendem que ela é baseada em um livro
clássico chamado O Estrangeiro, de Albert Camus. Mas sem esse contexto, é fácil
ficar assustado. Há uma passagem em que
o personagem principal reflete sobre o vazio da vida depois de matar um homem
na praia por motivos que nem ele consegue explicar, e a música é sobre
alienação e existencialismo. Lol Tolhurst, ex-membro do The Cure, explicou:
“Era sobre alienação e existencialismo - coisas mais relevantes para nós então.
Obviamente, os eventos das últimas duas décadas mudaram a percepção do
significado da música. Devo acrescentar totalmente erroneamente, já que não tem
nada a ver com racismo ou assassinato.”
“Em pé na praia, com uma arma na
mão, olhando para o mar, olhando para a areia, olhando para o cano, para o
árabe no chão. Eu posso ver sua boca aberta, mas não ouço nenhum som. Eu estou
vivo, eu estou morto, eu sou o estranho, matando um árabe.”
Bloco 6
Com
exceção de “Terezinha de Jesus”, estão completamente desvinculadas do projeto
constitucional de construção de uma sociedade justa livre e solidária, fundada
na cidadania e dignidade da pessoa humana. (arts. 1º e 3º, CF). Além disso, em
outros casos, é clara a desvinculação das “cantigas” com legislações mais
específicas, a exemplo da proteção à criança, mulheres e meio ambiente.”
V
– A canoa virou, por deixar ela virar, foi por causa da “fulana” que não soube
remar.
Novamente, a voz do comando acusa a
“fulana” de não saber remar e causar o naufrágio da canoa. Assim, a “cantiga”
responsabiliza sem direito à defesa e ao devido processo legal.
7- Lôrabúrra - Gabriel o Pensador
Considerado
por muita gente um verdadeiro pensador, Gabriel pegou pessado com a música
"Lôrabúrra". Além de fazer muitas loiras inteligentes quererem pintar
o cabelo, a letra é extremamente ofensiva por usar os termos 'cadela' e
'mulher-objeto'.
"À procura de carros. À procura de dinheiro. O lugar dessas
cadelas era mesmo no puteiro".
8 - Matador de Passarinho - Rogério Skylab
Que ele
é crazy todo mundo sabe, mas Rogério Skylab passaria por uma situação bastante
constrangedora com os ativistas do PeTA e com os veganos, que certamente
exigiriam uma explicação sobre essa música.
"Aqui tem tanta
Andorinha, Cambaxirra, Quero-quero, Rouxinol e Juriti que servem de tiro ao
alvo para espantar o tédio e o vazio do existir. Matador de passarinho".
9 - Robocop Gay - Mamonas Assassinas
Um tanto quanto másculo / Com M maiúsculo / Vejam só os meus
músculos / Que com amor cultivei / Minha pistola é de plástico / Em formato
cilíndrico / Sempre me chamam de cínico / Mas o porquê eu não sei...
Bloco 7
“No Reino Unido, no que ficou conhecido como o
escândalo de exploração sexual infantil de Rotherham, os funcionários tiveram
medo de atacar uma rede pedófila paquistanesa por receio de serem acusados de racismo ou preconceito. Os denunciantes, como Jayne Senior
e Sarah Champion, foram perseguidos e o problema ignorado. Relatórios
subseqüentes estimam que 1400 crianças foram vítimas desta rede, de 1997 até
2013. No tratamento jornalístico posterior de acontecimentos semelhantes,
deixou de ser usado o termo "gangues de muçulmanos" ou "paquistaneses",
substituído por "gangues de asiáticos", um termo bastante lato e
pouco preciso. Uma associação Sikh insistiu que os média e os políticos
deixassem de descrever as gangues da rede de Rotherham como
"asiáticos", dado o termo ser demasiado vago e deslustrar outras
comunidades.” (Wikipedia)
“VI
– Marcha soldado, cabeça de papel! Quem não marchar direito, vai preso pro
quartel.
Primeiro, a voz do comando humilha o
soldado ao chamá-lo de “cabeça de papel”. (Bullying?) Em seguida, viola os
princípios da legalidade e do devido processo legal ao determinar a prisão do
soldado pelo simples fato de “não marchar direito”, ou seja, se não é crime
“marchar errado” não pode também ser preso autoritariamente quem assim age.
Além disso, mesmo que fosse crime, a Constituição garante a todos os acusados o
direito à ampla defesa, contraditório e devido processo legal. (Art. 5º, LV,
CF).”
10
-I Shot the Sheriff - Bob Marley
Bob Marley só
queria seguir com sua plantação (de maconha) em paz, mas o xerife não deixava.
Resultado? Ele atirou no cara, mas juuura que foi em legítima defesa.
”Eu
atirei no xerife, mas não atirei no deputado (...) / Todos perto de minha
cidade natal / Eles estão tentando me derrubar / Eles dizem, eles querem
colocar a culpa em mim / Por matar um deputado / Pela vida do deputado (...) / Eu
atirei no xerife / Ma eu juro que foi em autodefesa / Eu atirei no xerife.”
11
– Mongoloid – Devo
Não faz muito
tempo, as pessoas acometidas da Síndrome de Down, recebiam a pecha de
mongolóides, por causa da aparência com mongóis e chineses. Pessoas que não
sofriam da doença também podiam ser insultadas com o termo, em razão de
desatenção, imprevisibilidade, lerdeza, entre outros fatores.
Mongolóide, ele era um mongoloide.
Mais feliz que você e eu. Mongolóide, ele era um mongolóide. (...) E determinou
o que ele podia ver. (...) Cromossomos até demais. Mongolóide, ele era um
mongoloide. E determinou o que ele podia ver”.
12 - Today Your Love, Tomorrow the World – Ramones
A música faz uma
alusão ao nazismo ao conquistar o amor de uma mulher.
“Sou
um soldado da cavalaria em um estupor. Sim, eu sou. Eu sou um nazista
esquizofrênico. Você sabe que eu luto pela pátria. Garotinho alemão, sendo
empurrado por aí. Garotinho alemão, em uma cidade alemã. / Um, dois, três, quatro. Hoje seu amor,
amanhã o mundo (...).Hoje seu amor, amanhã o mundo”.
Bloco 8
“VII – Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá! Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá! Tenho medo de
apanhar.
Bom,
se “Bitu” é um cãozinho, por exemplo, mais uma vez é o caso de maus tratos a um
animal. De outro lado, ao recusar o convite, a impressão que se tem é que
“Bitu” não vai porque já sabe que vai apanhar. Tortura continuada? Aqui resta
demonstrada também a banalização de sua integridade física por parte de quem
lhe chama. Se “Bitu” é um ser um humano – uma criança ou uma mulher, por
exemplo – a “cantiga”, além de violar as garantias individuais, a integridade
física e moral, também violaria o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei
Maria da Penha.”
10 - Raul Seixas – Baby
Baby / Hoje 'cê faz treze anos / Vejo em seus olhos / Seus planos /
Eu sei que você quer deitar / Não / Dá ouvido à razão / Não /Quem manda é o seu
coração
11 - Buceta – Velhas Virgens
“Banguela, fedida, fudida,
mas tem o que a gente quer. / Apesar dos defeitos, todas elas têm o que a gente
quer. / E o que é que a gente quer? a gente quer fuder. / e o que é que a gente
quer? A gente quer. b u c e t a. / Buceta”
12 - Estupro Com Carinho (1987) - Os Cascavelletes
Eu quero te estuprar / Com muito carinho / Te estuprar / Com muito
cuidado / Te estuprar / Por causa da dor / Louca é tua boca / Louca é tua
bundinha / Louca é tua boca / Gostosinha
Bloco 9
“Patrulha ideológica ou patrulhamento ideológico é uma
expressão cunhada pelo cineasta Cacá Diegues, em 1978. Designa uma organização
informal de pessoas unidas por laços ideológicos ou religiosos que tem por
objetivo preservar o pensamento defendido por um grupo dominante, munindo-se de
discursos, protestos, reivindicações e repressões pública, de maneira a impor a
conduta ou pensamento ideológicos da organização.
Em agosto de 1978, o filme Chuvas de Verão, de Cacá
Diegues, foi recebido com frieza pela crítica (que já tinha desancado Xica da
Silva, o filme anterior do diretor). Na sequência, Diegues concedeu uma longa
entrevista à jornalista Póla Vartuck, publicada no jornal O Estado de S. Paulo,
sob o título "Cacá Diegues: por um cinema popular, sem ideologias", na
qual denunciou as "patrulhas ideológicas". Estas seriam integradas
por jornalistas ligados ao Partido Comunista Brasileiro - então clandestino -
que teriam a "missão" de detratar produtos culturais não alinhados a
um certo cânon considerado politicamente correto por esses grupos formadores de
opinião. A polêmica que se seguiu mobilizou os meios intelectuais brasileiros
da época e rendeu o livro Patrulhas Ideológicas, de Carlos Alberto M. Pereira e
Heloísa Buarque de Hollanda (Brasiliense, 1980). No livro, há uma nova
entrevista de Diegues, na qual ele define melhor o modus operandi das
patrulhas: "O que existe é um sistema de pressão, abstrato, um sistema de
cobrança. É uma tentativa de codificar toda manifestação cultural brasileira.
Tudo o que escapa a esta codificação será necessariamente patrulhado".
Um exemplo do patrulhamento ideológico refere-se ao
cerceamento das liberdades políticas em Cuba na década de 1960. Considerado por
seus defensores como um fato secundário, em face da necessidade de se implantar
e consolidar o socialismo, diante das alegadas injustiças do passado e das
agressões externas, tendo como verdadeiro objetivo a desestruturação de
qualquer pensamento opositor ao regime ditatorial implantado.
Alguns intelectuais e pessoas públicas, reclamaram da
ação das patrulhas ideológicas, por ocasião da queda do Muro de Berlim, quando
muitas ideias esquerdistas foram questionadas diante dos fatos concretos que
ora apresentavam. Uma segunda forte onda de reclamos apareceu, quando do
desmantelamento da URSS, sepultando muitos conceitos que haviam sido
consolidados por meio da outrora imposição do pensamento ideológico do governo
socialista.
Nos Estados Unidos, durante o macartismo, vizinhos
policiavam-se entre si, muitas vezes uns denunciando aos outros perante as
autoridades constituídas, gerando nas décadas de 1950 e 1960 verdadeiras caças
às bruxas àqueles que discordavam do sistema.” (Wikipedia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Patrulha_ideol%C3%B3gica
VIII
– Eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré. Eu sou pobre, pobre,
pobre, de marré de si. Eu sou rica, rica, rica, de marré, marré, marré. Eu sou
rica, rica, rica, de marré de si.
Evidente que uma nação é composta de
ricos e pobres, mas a “cantiga” demonstra a soberba e discriminação de uma
“menina rica” e, de outro lado, a aceitação de sua condição de pobre por outra
menina, como se fosse isso um fato natural. No entanto, consta dos objetivos da
República: (i) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais e (ii) promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação. (Art. 3º, III e IV, CF).
13
- Sweet Leaf - Black Sabbath
O autor declara
explicitamente seu amor por uma certa folha. Nos dias de hoje esse amor é cada
vez mais explícito e não causa mais espanto.
“Minha
vida estava vazia e deprimente / Até que você me levou, para dar uma volta. / Minha
vida agora está livre, minha vida está clara / Eu te amo erva doce, apesar de
não poderes me ouvir. Vamos lá, experimente. Pessoas honestas não entendem, o
que você pensa. Eles te humilham e te excluem. Você me deu uma nova fé. E logo
o mundo te amará, erva doce”.
*
Erva Doce = pseudônimo para maconha.
14 - My Ding-A-Ling - Chuck Berry
Na música, Berry
conta que ganhou de sua avó um brinquedinho que era sinos de prata suspensos
por uma cordinha chamado ding-a-ling. Fica claro o duplo sentido intencional da
letra, que associa o brinquedinho ao pênis do cantor, sendo objeto de atenção e
cuidados mais que especiais.
“Uma
vez eu estava nadando através do riacho da tartaruga, muitos pargos (espécie de
peixe) ao redor de meus pés. Com certeza foi difícil nadar cruzar aquela coisa
com as duas mãos segurando meu ding- a-ling. /Meu ding a ling, meu ding-a-ling.
Eu quero brincar com meu ding-a-ling.”
15
- Suicide Solution - Ozzy Osbourne
A música, por
causa de sua letra forte, causou muitas controvérsias por ter sido acusada de
fazer apologia ao suicídio motivado pelo alcoolismo incontrolável. Segundo ao
site Whiplash "Suicide Solution" não trata sobre suicídio como pensa
a quase totalidade (inclusive os fãs de Ozzy Osbourne). A música trata sobre
alcoolismo e foi escrita por Ozzy quando o vocalista do AC/DC, Bon Scott,
morreu de coma alcoólico. A palavra "solution" do título é
"solução" no sentido de "mistura" e não no sentido de
"resposta". A tradução correta seria "mistura suicida" se
referindo ao álcool. Apesar disso, "Suicide Solution" foi acusada de
gerar suicídios de jovens”.
Leia
mais em: https://whiplash.net/materias/traducoes/004654-ozzyosbourne.html
“Agora
você vive dentro de uma garrafa. O Anjo da Morte está viajando a toda
velocidade. Ele te captura mas você não vê. O Anjo da Morte é você, o Anjo da
Morte sou eu, violando as leis, batendo portas. Mas não há ninguém em casa. Fiz
sua cama, deitei sua cabeça, mas você deita e geme. Onde se esconder, suicídio
é a única saída. Será que você não entende sobre isso?”
Bloco 10
IX – Atirei o pau no
gato-to-to mas o gato-to-to não morreu-reu-reu. Dona Chica-ca-ca admirou-se-se
do berro, do berro que o que o gato deu: miauuuuuu.
A tentativa, ao que parece, era mesmo de matar o gato com uma
paulada, mas o gato não morreu para admiração da Dona Chica, que é omissa e
apenas assiste à cena macabra. Assim, além de banalizar a vida do gato e
demonstrar um comportamento cruel, o texto da “cantiga” não está de acordo como
o artigo 225 e seus incisos da CF, que defende o direito de todos ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
13 - Sweet Little Sixteen - Chuck Berry
Pequena e doce de 16 / Ela tem corpão violão / Vestido apertado e
batom / Ela veste sapatos de salto alto /
Oh, mas amanhã de manhã / Ela vai ter que mudar a tendência / E ser
doce aos dezesseis / E volta em classe novamente
14 - You Can't Do That (1964), Beatles
John
Lennon e Paul McCartney arrependeram-se de algumas das letras misóginas dos
Beatles - mas, ao mesmo tempo, Lennon disse mais de uma vez que batia em
mulheres. Uma indicação disso talvez fossem as letras em tom de ameaça, como
esta que critica uma mulher por falar com outro homem.
“Eu tenho algo a dizer que pode lhe causar dor / Se eu pegá-la falando com aquele garoto
novamente / Eu vou decepcioná-la / E deixá-la chateada / Pois eu já lhe disse /
Você não pode fazer isso”
15 - Walk On The Wilde Side - Lou Reed
Holly veio de Miami, Flórida / Atravessou os EUA pegando carona /
Depilou as sobrancelhas no caminho / Raspou as pernas e então ele virou ela /
Ela diz: Ei, querido / Dê um passeio pelo lado selvagem / Ela diz: Ei, amor /
Dê um passeio pelo lado selvagem
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http://www.justificando.com/2014/12/18/9-cantigas-de-roda-em-confronto-com-constituicao-federal/
Gerivaldo Neiva é Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes
para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law
Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil)
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